15 de dez. de 2021

SOL

 

 

Por Renato Rosatti

 

O diretor e roteirista Carlos G. Gananian já nos presenteou com excelentes e muito bem produzidos curtas de horror como “Behemoth” (2003, sobre a evocação de uma entidade maligna), “Coagula” (2005, sobre as ações de um psicopata mascarado), e “Akai” (2006, sobre o tormento existencial de um vampiro), todos com produções caprichadas. Também faz parte de sua filmografia o curta de ficção científica “AM / FM” (2014).

Agora é a vez de “Sol” (2017), uma interessante história de possessão numa produção profissional, com grande quantidade de pessoas envolvidas no projeto.

Uma senhora religiosa, Solange (Thaia Perez), está sofrendo muito ao enfrentar uma situação bizarra que está acontecendo com seu marido Aristides (Ivan Giaquinto), encarcerado num quarto, ajoelhado num círculo desenhado no chão, as mãos amarradas, uma máscara cobrindo o rosto, agitado e balbuciando palavras estranhas. Sem se alimentar e com o corpo definhando perigosamente, ele é monitorado por dois padres. Um mais jovem, Dario (Lui Seixas), que está filmando o exorcismo, e outro mais experiente, Lucio (Plínio Soares), que tenta inutilmente expulsar o espírito maligno de sua vítima. Enquanto isso, para piorar ainda mais o cenário depressivo, vozes sinistras atormentam a Sra. Solange.

  Em apenas 14 minutos, Carlos G. Gananian e equipe conseguiram apresentar uma história perturbadora de horror sugerido, com uma atmosfera sombria explorando com maestria o velho clichê de possessão demoníaca. Sem gritarias, sangue em profusão ou violência exagerada, e apenas com eficientes efeitos sonoros e sugestões que evidenciam o poder avassalador do Mal. Altamente recomendável, tanto pela qualidade da produção como pela sutileza do roteiro.


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