Por O Relator da
Noite
Primeiro
ponto: nada de formalismos por aqui, ok? Metodologia Científica e rigor
estilístico em uma série de textos que se propõe a tratar de uma infestação de
demônios nos dias atuais me pareceria no mínimo pretensioso, para não dizer
patético. E talvez, mesmo assim, essas linhas soem exatamente desse jeito,
pretensiosas e patéticas, mas vou deixar isso para você julgar depois da
leitura. Outra coisa importante: não interprete nada do que ler aqui como uma
tentativa de convencimento ou de expressão da Verdade [será que existe alguma?]. Trata-se apenas da apresentação
de alguns pontos e o compartilhamento do meu entendimento sobre os mesmos.
Procure emular, durante a leitura, a sensação de estar no boteco da esquina,
escutando a conversa de um amigo esquisito e meio maluco e, assim, provavelmente você estará no estado de
consciência adequado para absorver o máximo possível do que estou tentando
expor aqui. Então, encha o seu copo e vamos lá.
Obviamente,
precisamos começar definindo o que são os “demônios” mencionados no título
deste texto, uma vez que, por si só o termo pode ter um monte de significados
diferentes, dependendo do contexto cultural ou do momento histórico a que se
refere. Acredito, inclusive, que a questão da linguagem é o maior desafio a
quem se propõe a estudar de forma séria e profunda as mais variadas temáticas
relacionadas ao Ocultismo. Concordo com Robert Anton Wilson quando este
argumenta que as mais variadas Ordens, seitas, doutrinas, filosofias, religiões
e até a Ciência estão, na maior parte do tempo, falando dos mesmos assuntos,
porém, fazendo uso de métodos e jargões
próprios, o que dificulta o estabelecimento de paralelos, sendo esse problema
agravado pela insensatez de cada uma dessas vertentes em ficar despendendo muito
tempo e esforço tentando provar que a sua forma de interpretação é mais correta
que todas as outras.
Feita
essa digressão, esclareço que os “demônios” abordados neste ensaio não são
espíritos de pessoas mortas, aos moldes do que é apregoado, por exemplo, no
Kardecismo, mas sim, formas-pensamento. Contudo, também não são formas-pensamento
originadas por seres humanos como nós [embora, ao longo do tempo, tenham
sobrevivido se retroalimentando da energia psíquica da humanidade], mas sim
por seres que habitaram nosso planeta desde muito antes de qualquer coisa
semelhante a um homo sapiens andar
sobre a Terra. Essas formas de consciência, de existência essencialmente
etérica, atuavam com amplo domínio na matriz astral do nosso mundo, sendo
responsáveis diretos pelas emanações de muitos componentes da realidade que, ao
longo das eras, viriam a se materializar fisicamente na natureza. Talvez a
forma mais utilizada para se referir a estes seres em
diversas vertentes ocultistas seja como Elementais,
mas, particularmente, não gosto dessa designação, porque o senso comum já a
perverteu ao ponto de se tornar genérica, utilizada para classificar uma
infinidade de entidades [por vezes completamente diferentes umas das outras]
que habitam o Plano Astral. Sobre essas consciências primordiais não iremos nos
aprofundar neste texto, mas, recomendo fortemente a leitura da série de livros
que compõe A Doutrina Secreta, de
Blavatsky, além de obras teosóficas de outros autores como Charles Leadbeater
e, principalmente, Franz Hartmann. Aproveito para esclarecer que não sou um
seguidor da Teosofia, muito embora reconheça, após mais de duas décadas de
estudos e pesquisas, que os teosofistas me parecem ser os que chegaram mais
longe na abordagem do tema sobre o qual nos debruçamos neste ensaio.
Blavatsky
chama essas inteligências seminais de Pitris
e sobre elas afirma que “não são os antepassados (diretos) de pessoas
atualmente vivas, mas sim, os antepassados da humanidade atual, uma raça
original, ou seja, os “espíritos” de raças humanas que precederam a nossa raça
na grande escala da evolução descendente (de muitos milhões de anos)”, ou seja
“constituíram uma transição na criação da raça precedente, passando de raças
humanas etéricas para a presente linhagem humana material”. Hartmann
complementa alegando que “essas forças elementares são os Devas do Oriente, os Elohim
da Bíblia, Afrites dos persas, Titãs
dos romanos e Egrégores [ou Vigilantes] do Livro de Enoque” e que “são os
agentes ativos do cosmos cuja atuação pode beneficiar ou tolher o homem,
segundo as condições em que operam”. Aqui começamos a nos aproximar do
ponto-chave de nossa reflexão. “Essas forças elementares podem beneficiar ou
tolher o homem, segundo as condições em que operam”, afirma Hartmann. Os
motivos pelos quais esses seres atuariam sobre nós dão margem para muita
especulação, quiçá ocupariam um livro inteiro. Para quem gostaria de se
aprofundar, indico a leitura de Magia
Aplicada, de Dion Fortune e O Tesouro
Arcano, de João Anatalino Rodrigues, obras onde aparece a noção de que toda
forma de consciência [encarnada ou desencarnada] que está ou algum dia já
esteve ligada à psicosfera da Terra se constitui em um agente ativo, seja de
forma consciente ou [na grande maioria das vezes] inconsciente da própria trajetória
de desenvolvimento do planeta, atuando na criação [ou destruição?] dos mais
variados aspectos da realidade. Como toda consciência deixa marcas indeléveis no
Plano Astral, aqueles que habitaram esse mundo antes da humanidade deixaram um
substrato energético, forças primais,
que, quando canalizadas ou manifestada pelos seres humanos, os induzem à ação,
que pode ser construtiva ou destrutiva.
Em
Magic: White and Black, Hartmann cita
uma carta a Sinnett onde argumenta que todo pensamento, uma vez na Esfera
Astral, torna-se uma entidade ativa ao associar-se, por aglutinação, a um
Elemental, ou seja, a uma das forças semi-inteligentes autônomas – criaturas
concebidas através da consciência – por um período de tempo curto ou longo,
proporcional à intensidade original da ação cerebral que os engendrou.
“Destarte, todo bom pensamento
perpetua-se e continua a exercer seu poder benéfico, ao passo que os maus
pensamentos subsistem como demônios malévolos”. O autor alemão ainda acrescenta
que algumas dessas formas-pensamento possuem consciência própria e são
autoconscientes da própria existência, mas em circunstâncias normais não
possuem maior inteligência que um animal e não podem, portanto, agir
inteligentemente. “Elas seguem o empuxo da atração cega da mesma forma que a
limalha de ferro é atraída por um ímã; onde quer que haja condições propícias
ao seu desenvolvimento, para aí elas são atraídas”. Contudo, se nessas formas
não inteligentes for inculcado o princípio de inteligência que procede do
homem, elas tornam-se inteligentes e passam a agir como tal. Assim, todas as
emoções que despontam no homem podem combinar-se com forças astrais da
natureza, a ponto de criar entidades viventes e ativas. “Esses elementais vivem
no reino da alma do homem, e enquanto ele viver, fortalecem-se e engordam, pois
vivem do princípio vital dele e nutrem-se dos pensamentos que emite”.
Na
obra Elementargeister, Hartmann
complementa afirmando que um pensamento-entidade que habite o Plano Astral, proveniente
de uma consciência que pode até mesmo tê-lo emanado em alguma era remota ou algum
lugar longínquo pode influir em outra parte do mundo sobre este ou aquele homem
predisposto, amadurecer como pensamento em sua mente, e tornar-se operante
dentro dele. “Assim surgem igualmente as invenções e são iniciados crimes. Uma
ideia trazida à existência é algo vivo, e nem a morte natural, nem a execução
daquele do qual ela proveio pode exterminá-la”. Mesmo que seu hospedeiro morra
na plano físico, o demônio continua existindo no Plano Astral e, em algum
momento, encontrará outro veículo para se manifestar na matéria.
Acredito
que agora já temos uma noção mais clara sobre o tipo de demônios dos quais
estamos falando aqui. São formas-pensamento muito mais poderosas [talvez
infinitamente mais poderosas] do que aquelas criadas cotidianamente, consciente
ou inconscientemente, por pessoas como
eu ou você, pois nós manipulamos o substrato moldável da substância astral
formada pela coletividade da energia psíquica emanada ad infinitum pelos seres humanos ao longo das eras, enquanto que os
demônios aos que nos referimos são formas-pensamento negativas emanadas por
consciências primordiais, mas antigas do que a humanidade tal como conhecemos,
e tendo por matéria-prima a própria substância basilar, a energia seminal que
compõe a essência daquilo que chamamos de realidade. E caso esteja se
perguntando de onde tudo isso provém, eu só posso dizer que acredito ser
diretamente do Ato Criador [quiçá se
desdobrando em inumeráveis níveis descendentes] que você pode chamar de Big Bang, Fiat Lux, “Deus” [de acordo com o seu cabedal de crenças] ou como
preferir – perceba o problema da linguagem novamente – pois, para mim, sempre
será algo incognoscível.
Os
motivos pelos quais as consciências primordiais emanaram essas
formas-pensamento demoníacas é algo sobre o qual só podemos especular, e quase
todas as tradições místicas e religiosas fizeram isso ao longo do tempo,
através de infindáveis mitos, lendas, alegorias ou proposições filosóficas. Se
atendo ao viés mais pragmático, o que me parece inquestionável é que, em maior
ou menor intensidade, esses demônios têm feito parte da vida de todos os seres
humanos que um dia já nasceram neste planeta. E como os demônios interagem
conosco? A resposta sempre me pareceu tão simples quanto impactante: os demônios atuam sobre as
nossas emoções. Para Franz Hartmamm, eles são
as emoções [negativas], conforme ilustra em Elementargeister,
afirmando que os demônios “buscam possuir os corpos dos tolos e idiotas e se o
conseguirem, neles permanecem até que sejam expulsos por uma vontade reta e
firme”, acrescentando que “a explicação para tal fenômeno é a de que eles
próprios são formas de desejos e de ideias”. Na visão do autor, esses seres
“passeiam dentro de nós, fazem surgir este ou aquele afeto, causam toda sorte
de paixões, dominam nossa razão, influem em nossos desejos e pensamentos”. Em
seu entendimento, os demônios são “forças
anímicas” que podem ser conhecidos
pelo homem comum através da auto-observação, pois “sua própria natureza é como
uma espécie de hospedaria, na qual esses seres entram e saem”. E conclui
afirmando que “todo desejo, toda paixão tem sua causa em um espírito que o
possui ou exerce influência sobre ele”, ou
“em outras palavras, os seus próprios sentimentos de desejo são resultados
de uma forma de atuação, trazida à vida dentro dele mesmo, despertada por
impressões externas, plasmada através de sua imaginação em efígies que lhe vêm
à mente”.
Em
Magic: White and Black, Hartmann
explica que essas formas-pensamento são tão poderosas que podem não apenas
serem sentidas, como também serem
vistas por aqueles dotados de visão astral, de tal maneira que “têm sido
descritas em formato de serpentes, tigres, porcos e lobos famintos” mas que
“frequentemente apresentam-se como bestas com cabeças humanas ou homens com
membros animais” e, em síntese, “suas formas variam ao infinito pois existe uma
enorme variedade de combinações entre luxúria, avareza, ganância, amor sensual,
ambição, covardia, medo, terror, ódio, orgulho, vaidade, presunção,
estupidez, volúpia, egoísmo, ciúme, inveja, arrogância, hipocrisia, astúcia,
sofisma, imbecilidade, superstição, etc. O autor complementa que “cada uma
dessas forças corresponde a um desejo animal [me parece que “instinto” seria um
termo mais adequado aqui], e se permitirmos que cresçam, tomam a forma do ser
que corresponde à sua natureza”. Seriam as tais “efígies moldadas pela mente”
citadas anteriormente, o que explicaria porque um mesmo demônio pode se manifestar de formas variadas para diferentes
indivíduos, uma vez que a aparência seria apenas uma roupagem para a força se manifestar, constituída do
próprio substrato mental de cada um. Quando estes seres são perpetuados pela
tradição com uma roupagem específica ou até mesmo cultuados de forma grupal,
acabam por constituir poderosíssimas egrégoras.
Hartmann
frisa que esses seres “não são necessariamente entidades racionais conscientes,
mas podem manifestar-se por meio de organismos conscientes dotados de razão;
não são pessoas, mas personificam-se sempre que encontram expressão em formas
individualizadas”, pois “amor e ódio, inveja e beneplácito, luxúria e ganância
não são pessoas, mas personificam-se em formas humanas ou animais”, de tal
forma que “uma pessoa extremamente maliciosa torna-se a própria encarnação da
malícia”.
Se
observarmos sob essa ótica, dos demônios como forças negativas primordiais que
se manifestam nas pessoas através das emoções, instigando e ao mesmo tempo se
retroalimentando da energia psíquica emanada por padrões específicos de
sentimentos e pensamentos humanos – de tal forma que escraviza o indivíduo e
fortalece o demônio – então não é difícil traçar paralelos [com maior ou menor
grau de precisão, dependendo do caso e do enfoque adotado] entre o que é
apregoado nas mais diversas vertentes ocultistas, místicas ou religiosas. São
os demônios das Qliphoth na Kabbalah,
os diversos Mâdan na Teosofia, os Ajogun no Candomblé e em outros cultos
de raiz yorubá, os Demônios dos Sete
Pecados Capitais no Catolicismo, a personificação dos Vícios combatidos na Maçonaria [Jubelas, Jubelos e Jubelum], o
entendimento acerca dos Arcontes em
algumas seitas gnósticas, e, mais recentemente, os Dillodokers, além de inúmeras outras denominações adotadas pelas
mais diversas sociedades em diferentes realidades culturais ao longo do tempo.
Algum
leitor pode estar se perguntando: dentro dessa mesma perspectiva em que tanto
falamos dos demônios, não teríamos algo a dizer também sobre os anjos? O nosso entendimento vai ao
encontro de tudo o que já foi exposto até aqui. Os anjos têm uma existência tão
real quanto a dos demônios e sua natureza é análoga a deles, mas, obviamente,
com a vital diferença de que os seres angelicais atuam através das emoções
positivas, instigando nos homens, por assim dizer, sua propensão a agir em prol
da harmonia e da evolução. Se os demônios podem ser entendidos como as forças
destrutivas da realidade [prefiro usar o termo “realidade” ao invés de “natureza”,
pois essa última expressão poderia passar ao leitor desavisado a impressão de
algo que se refere aos elementos ecológicos, puramente físicos, enquanto, na
nossa interpretação, há uma abrangência tanto física quanto metafísica] então
os anjos são as forças construtivas.
Para
fins práticos, me parece que Allan Kardec estava certo ao afirmar que a melhor
forma de afastar a influências dos espíritos obsessores é atraindo a presença
dos espíritos benévolos. Pragmaticamente, o que vale para os espíritos dos mortos
vale também para os anjos e demônios. No trato com esses habitantes do Plano
Astral, é muito fácil perceber que nossos pensamentos fazem com que eles nos
notem, nossos sentimentos os atraem e nossas atitudes os tornam nossos aliados
ou algozes, dependendo do caso. Na interação com esses seres metafísicos, o uso
de rituais e atos magísticos é
perfeitamente funcional, posso assegurar por experiência própria, contudo, o
contato com as forças de outros planos da existência ocorrem até mesmo em meio
a situações do cotidiano, ainda que a grande maioria das pessoas não se dê
conta disso.
Pela
mais pura afinidade [semelhante atrai semelhante], nossos padrões de
pensamentos, sentimentos e atitudes definem se teremos anjos ou demônios
atuando em nossas vidas. Por ser algo tão simples, é também tão perigoso.
Acredito que nunca foi tão fácil como nos dias atuais encontrar desculpas para
virar as costas à “porta estreita que conduz à vida [harmoniosa]” e se atirar
através da “porta larga que conduz à perdição” [Mateus 7: 13-14]. Mantendo a
exemplificação dos Evangelhos, existe uma passagem que ilustra perfeitamente
essa lógica de que, para se manter longe da influência dos demônios, a conduta
adequada é o melhor caminho. Em Mateus 17,
Jesus é chamado para expulsar um demônio que possuía o corpo de um jovem e que
os apóstolos não conseguiam exorcizar. Depois de livrar o rapaz do referido ser,
Jesus explicou aos seus discípulos que “essa casta de demônios só se expulsa
pela oração e pelo jejum”. Não
precisamos nos ater aqui sobre o quanto pode haver de simbólico ou alegórico nessa passagem. Acredito que o
ensinamento está bastante claro, até ao leitor mais desavisado. E, veja bem,
quando leio as palavras de Jesus nos Evangelhos, eu não as tomo como moralismo.
Não acredito na possibilidade de perfeição nesse plano da realidade em que
habitamos e não me vejo em condições de pregar nada a ninguém. Lembre-se, estou
apenas compartilhando o meu ponto de
vista sobre o assunto. Posso dizer com segurança que nunca roubei e nunca matei,
mas com o resto dos “pecados” mencionados na Bíblia, já devo ter me debatido
com todos em algum momento da vida, e com alguns ainda me debato
cotidianamente. O que me vêm à mente aqui é um entendimento aos moldes daquela
máxima do Estoicismo, onde se afirma que “viver bem é viver de acordo com a
natureza”. Ora, a natureza, em seus aspectos físicos segue uma lógica causal
inexorável. Corte uma árvore e você terá menos sombra e, provavelmente, mais
calor; Se alimente mal e seu corpo começará a perder desempenho. Não faça sexo e
você não deixará descendentes. Causalidade pura. No aspecto metafísico, a
lógica é exatamente a mesma. Quer gostemos disso ou não, nossos pensamentos, sentimentos
e atitudes atrairão energias [e consequências] correspondentes, sejam elas
positivas ou negativas.
Sei
que muitas pessoas acreditam que tudo que é muito simples tende a não
funcionar, mas atente para o fato de que simples
não significa necessariamente fácil.
É claro que os métodos mais elaborados são eficazes. Frequento regularmente um
terreiro de Umbanda e posso afirmar que os “descarregos” realizados lá
funcionam maravilhosamente bem. O que acontece algumas vezes é que a pessoa
chega ao terreiro com um “encosto” [que pode ser um espírito desencarnado ou um
demônio envolto em suas respectivas energias negativas] e então ela passa pelo
descarrego e essas forças maléficas são removidas, saindo dali com seu campo
áurico purificado. Contudo, se ela não modifica os padrões de pensamentos,
sentimentos e atitudes que atraíram o ser negativo anteriormente, é só uma
questão de tempo até ela atrair outro semelhante. É como Jesus explica em Mateus 12: 43-45, citando o caso de um
demônio que foi expulso de um homem a quem possuía mas que, tempos depois, ao
perceber a porta aberta e convidativa, retornou trazendo consigo outros sete
demônios ainda piores do que ele.
Eu
gostaria de falar mais sobre a nossa relação com os demônios da atualidade,
pois nesse momento onde a desesperança, o hedonismo autodestrutivo e a
intolerância deixam marcas tão profundas na sociedade contemporânea, o tema me
parece pertinente. Porém, vou fazer isso em um próximo texto, pois este já está
muito longo e nós sabemos que o brasileiro médio não é afeito à leitura e, da
mesma forma, pesquisas recentes têm mostrado que, quanto mais extenso for um
texto, menos leitores ele vai ter.
PS: Para quem pode estar se
perguntando se eu sou cristão, o que eu posso responder é que tenho grande
interesse principalmente pelo aspecto gnóstico dos ensinamentos de Jesus, pois
acredito que suas palavras nos deixaram um bom roteiro de como ter pelo menos
uma vida minimamente digna neste plano da existência e para, quem sabe, depois
do desencarne, não precisar mais voltar para esta realidade que é um autêntico
“Carandiru Espiritual”, conforme a expressão utilizada por um dos meus
professores.