Por Renato Rosatti
“Akai” é
um curta-metragem de vampirismo de 21 minutos, dirigido, escrito e produzido
por Carlos G. Gananian, que tem em seu currículo outros trabalhos igualmente
ótimos como “Behemoth” (2003, 6 minutos) e “Coagula” (2005, 3 minutos).
Foi
lançado em DVD numa edição caprichada com belíssimas ilustrações na capa e
contra capa reproduzindo cenas do filme, enfatizando o vermelho do sangue, e
que traz o seguinte texto de divulgação: “Sangue tinge os corredores de uma
casa. Um homem sofre de estranhas alucinações. Sozinho e debilitado, suas
memória são imagens fragmentadas de um passado recorrente. A dor da culpa e o
remorso assombram sua existência cada vez mais distorcida. A sede é quase
insuportável. No mar encontra-se a redenção.”
O filme
praticamente não tem falas, com uma narrativa lenta e atmosférica, se
sustentando em imagens sombrias de uma casa sinistra e nas expressões faciais
que representam o sofrimento de um vampiro (interpretado pelo ator Gustavo
Arantes), em constante conflito interno entre a necessidade de se alimentar de
sangue humano e o tormento pela culpa de sua existência. Os destaques são todas
as cenas onde o vampiro seduz e ataca suas vítimas (todas interpretadas por
Roberta Youssef), acompanhantes e garotas de programa recrutadas em anúncios de
jornal, sempre de forma discreta, sem alardes ou ações exageradas, num
exercício de horror sutil e poético. A produção também é caprichada, num ótimo
trabalho de sonoplastia, iluminação e edição.
Já fomos
presenteados com um ritual demoníaco (“Behemoth”), as ações de um psicopata
mascarado (“Coagula”), e o tormento de um vampiro (“Akai”). Vale a pena ficar
atento aos projetos do cineasta independente Carlos G. Gananian.
* Texto publicado originalmente no blog Juvenatrix em 27/09/10.