Mostrando postagens com marcador Renato Rosatti. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Renato Rosatti. Mostrar todas as postagens

20 de fev. de 2021

REFLEXÕES DE GUERRA


 

Por Renato Rosatti

 

                   A noite estava fria, escura e chuvosa. Perdido na floresta, no meio de mais uma guerra insana, eu estava ferido e à beira de um colapso emocional. Eu me perdera do pelotão numa batalha e vagava agora sozinho em meio à mata, carregando a dor de um projétil que se alojara em meu ombro e questionava incessantemente o horror real à minha volta, e a barbárie insensata da guerra.

                Solitário, com frio, dor, cansaço, e com a escuridão me engolindo em suas entranhas e ocultando medos e pavores no desconhecido. Quanto à guerra, eu pensava com indignação qual o seu propósito, e consegui concluir, envergonhado de minha própria humanidade, que qualquer diferença entre os povos não deveria ser negociada com tanta violência e irracionalidade. Matar para não morrer. Destruir a natureza. Combater a vida trilhando marchas fúnebres e saudando a soberana morte, vencedora triunfal de todas as batalhas. Ferir, mutilar, proporcionar o sofrimento e a dor em meus semelhantes, matar e se congratular de minha superioridade frente ao inimigo. Tudo é insano e sem sentido.

              Ali, na escuridão, ferido, perdido num inferno criado pela minha própria espécie, eu continuava meus pensamentos e começava agora a delirar ao tentar entender a guerra. E visões também começavam a surgir à minha volta. Explosões, disparos de projéteis, gritos de dor, cheiro de sangue coagulado no ar, morte. Cenas de horror real em estado puro e absoluto. Delírios, visões... Sozinho, no escuro, dor, frio, o inferno... a guerra...

                Foi quando eu ouvi uma voz gutural, rouca, pavorosa, ecoar em meus ouvidos em meio às visões e ruídos do caos de meus delírios. Parecia um som sobrenatural, vindo da podridão do além, do desconhecido, como um lamento grotesco de uma legião de criaturas agonizantes e desesperadas. As palavras traduziam a dor profunda da guerra e me incitavam a obter a minha paz eterna. Sons guturais e distorcidos que gritavam pelo fim da loucura e sofrimento. Delírios, visões, mensagens...

                Eu, esgotado física e psicologicamente, esforcei-me em minhas poucas energias, peguei minha metralhadora, apontei para a própria cabeça, e sem hesitação disparei explodindo meu cérebro, cujos pedaços misturaram-se com a mata, agora vermelha de meu sangue, o sangue de outra vítima.

       Para mim, a guerra finalmente acabava...

      E o pesadelo também, acordando desesperado, mergulhado em suor...

6 de fev. de 2021

JORNADA DO PAVOR


 

Por Renato Rosatti

                “Onde será que estou? Que lugar será esse? Sinto-me perdido nessa imensidão de um escuro infinito. O ar está infectado por um nauseante cheiro de putrefação, que parece corroer meu cérebro. Não vejo onde piso, mas sinto que o solo sob meus pés é úmido e pegajoso. Ouço um estranho ruído ao caminhar que me dá a impressão de estar pisoteando ossos e vísceras. Será um pesadelo? Uma alucinação? Não posso me desesperar. Tenho que manter o controle de minhas emoções, apesar do odor fétido queimar minhas narinas e tentar me tirar a consciência”.

                “Continuo caminhando e agora imagens começam a surgir à minha frente. Posso ver um aglomerado de corpos humanos, alguns em adiantado estado de decomposição, outros abundantemente ensanguentados e ainda outros pendurados invertidos em grandes ganchos como se fossem animais abatidos e prontos para serem desmembrados. Muitos dos cadáveres estão violentamente mutilados e outros apresentam ferimentos diversos como se provocados por horríveis torturas. Posso ouvir o barulho característico proveniente do impacto de ferramentas cortantes em pedaços de carne, seguido por gritos intermináveis e agonizantes Uma cruel carnificina celebrando a dor. Um verdadeiro matadouro humano. Sinto-me como se estivesse hipnotizado com essas imagens escatológicas se fixando em minha mente e tentando me enlouquecer. Que lugar infernal será esse? Um universo paralelo que mantém a dor e o sofrimento eternos?”.

                “Apesar do horror à minha volta, eu prossigo a caminhada tentando manter a calma e mais imagens começam a aparecer. Vejo homens lutando entre si e posso ouvir explosões ensurdecedoras e armamentos em disparos contínuos. Chamas, destroços, sangue e pedaços de órgãos humanos espalhados por todos os lados, e dor, muita dor. É a guerra, cuja lei vigente é matar para não morrer e onde a única vencedora é a Morte, soberana e insuperável. Posso avistar agora cidades inteiras sendo aniquiladas em poucos segundos, com suas populações sendo incineradas vivas. É o holocausto nuclear. Um genocídio irreversível. A destruição total!”.

                “Será tudo isso um pesadelo de sangue, real apenas em meu subconsciente? Ou será uma viagem aos confins da loucura explorando a dor humana? O tormento das macabras imagens tenta explodir-me a cabeça, mas com muita dificuldade eu consigo manter a sanidade e prossigo a jornada rumo ao infinito, tentando encontrar uma saída do inferno em que me encontro. As imagens cessam e não retornam mais, ficando apenas a escuridão ao meu redor. Porém, avisto agora uma espécie de criatura de aspecto sinistro não muito distante de mim. À medida em que me aproximo dela, suas feições se sobressaem na escuridão tornando-se mais nítidas. O misterioso ser aparenta estar vestido com uma capa escura que o envolve até a cabeça, e luzes fracas o iluminam precariamente. Em uma das mãos está segurando um grande objeto pontiagudo, semelhante a uma foice. Continuo me aproximando até poder visualizá-lo bem e meu espanto é indescritível ao reconhecer a criatura como sendo um esqueleto humano! A própria imagem da Morte! O desespero então se apossa de mim, não sendo mais possível o controle das emoções. Meus gritos de agonia ecoam de maneira ensurdecedora através das trevas abissais e...”.

                Acordo de repente, todo suado e com o corpo dolorido e cansado. Apesar de meus constantes questionamentos, é novamente mais um pesadelo de horror invadindo minha noite e importunando meu descanso. Imagens macabras celebrando a dor e povoando meus sonhos. Meu batimento cardíaco está acelerado, a respiração ofegante e os olhos vidrados na escuridão do quarto.

                Alguns minutos se passam e aos poucos me recomponho da insana viagem que realizei. Minha visão vai se acostumando ao escuro e me levanto sentando na borda da cama. O corpo dói e as roupas coladas devido ao suor dificultam meus movimentos. Apanho meus óculos na cabeceira da cama e olho para o rádio-relógio à minha frente. Não me surpreendo ao ver os displays vermelhos mostrarem três horas e trinta e três minutos. É sempre na mesma hora. A hora marcada para a jornada do pavor. Foi assim que batizei essa tortuosa experiência que vivencio em vários pesadelos seguidos. Sempre as mesmas imagens, a celebração da dor humana, o encontro da vida com o seu fim e a escuridão eterna reinando morbidamente.

                Levanto-me e vou até a cozinha beber um pouco de água gelada, na esperança de me reanimar novamente. A noite ainda está na metade e não é mais possível dormir. Como nas vezes anteriores, e não me lembro ao certo quantas foram, aguardarei o amanhecer do dia para trabalhar e tentar esquecer os horrores da noite mal dormida.

                O dia passa rápido e a noite novamente se aproxima. E com ela vem o desespero de enfrentar outra viagem pelos caminhos do macabro. Dormir tornou-se uma atividade dolorosa e sufocante. Eu era escravo de meus pesadelos e senti que minha vida estava se esvaindo cada vez que meus olhos se fechavam para... sonhar.

                Cansado e com o corpo dolorido, caminho em direção ao quarto como se fosse entrar numa cripta. Minha saúde estava terrivelmente abalada devido às inúmeras noites de tortura. Aproximo-me vagarosamente da cama e me sinto como se deitasse numa sepultura gelada. Minha resistência em vão cede perante o forte cansaço que me força a fechar os olhos vermelhos e lacrimejantes. Sinto como se fossem abertos os portais de um cemitério.

                    Tem início novamente a jornada do pavor.

                As imagens sangrentas começam a surgir e sinto minha energia vital sendo consumida pelo horror escatológico que me envolve. A viagem prossegue parecendo eterna e com ela a intensa batalha entre a razão e a insanidade. Quando surge a criatura vestida com a capa e com a foice em uma das mãos, eu interrompo a caminhada, já quase sem forças. Estou fraco e com o corpo extremamente dolorido. Parado ali, diante do sinistro esqueleto humano, sinto como se as viagens de sofrimento tivessem chegado ao seu fim, aliviando o martírio de uma vida atormentada pela dor.

                A criatura representante da morte levanta então seu braço direito erguendo a grande foice e vocifera com uma voz gutural que ecoa grotescamente na escuridão infinita:

                - Sua jornada chegou ao fim... e não tem volta!

                Os pesadelos acabaram... para sempre!

 

 

Publicações anteriores: fanzines Megalon 28 (Outubro 1993), Astaroth 18 (Outubro 1998) e Juvenatrix 168 (Fevereiro 2015).

Ilustração original: Roberto Schima.

Edição de imagem: André Bozzetto Jr. 

3 de jan. de 2021

MEDO DE PALHAÇO

 

Por Renato Rosatti

  O site de Horror “Boca do Inferno” foi criado em 2001 por Marcelo Milici e é uma importante fonte de informações gerais e resenhas, principalmente de cinema. Um monstro eletrônico que, assim como a criatura alienígena “A Bolha” (The Blob) do filme “B” clássico de 1958, está sempre se alimentando, devorando cada vez mais conteúdos sobre o gênero fantástico, especialmente o Horror, crescendo de forma exponencial. Para se ter uma ideia, seu catálogo de resenhas possui a expressiva quantidade de aproximadamente 2650 filmes analisados, com os números cada vez aumentando mais, num colossal banco de análises sem paralelo na internet brasileira.

  Parte de sua equipe de redatores juntou esforços e como resultado foi lançado no final de 2016 o primeiro livro representante do “Boca do Inferno”. “Medo de Palhaço” publicado pela “Editora Évora” (São Paulo/SP), é uma enciclopédia definitiva sobre palhaços assustadores na cultura pop, falando sobre a coulrofobia (o nome técnico para o medo de palhaço) e abrangendo todas as mídias passando por cinema (principalmente) e televisão, além da literatura e dos quadrinhos (com textos especiais sobre os vilões “Coringa” e “Violador”).  

O livro é resultado de um trabalho extenso e de grande qualidade sobre o assunto abordado. Os destaques certamente ficam por conta das resenhas de cinema, a maior especialidade do site, com dezenas de análises muito bem escritas e informativas. Com seções especiais para os filmes mais lembrados dentro do tema, “Palhaços Assassinos do Espaço Sideral” (1988) e “It: Uma Obra-Prima do Medo” (1990). A produção geral do livro também é ótima, com uma bela capa chamativa, formato grande e acabamento caprichado.

Porém, uma falha é a falta de créditos da maior parte dos textos e de todas as resenhas, as quais deveriam ser identificadas por seus respectivos autores, utilizando-se uma legenda com as iniciais dos nomes, uma vez que o livro foi escrito por cinco pessoas.

O capítulo sobre o assassino em série John Wayne Gacy, um americano que gostava de atuar como palhaço e foi condenado pela morte de muitos jovens, possui logicamente um interesse e importância dentro do tema, mas o texto é extenso demais com excesso de informações cansativas sobre sua vida e os processos que enfrentou na justiça, até ser condenado e executado no corredor da morte por injeção letal. O capítulo poderia ser menor e mais dinâmico, eliminando muitos detalhes sem relevância.

Tem um pequeno erro de informação na resenha sobre “Slasher House” (2012), dizendo que o músico Blaze Bayley, que fez a voz de um demônio, foi o primeiro vocalista da banda inglesa de heavy metal “Iron Maiden”, porém tiveram outros vocalistas antes dele como Paul Di´Anno e até mesmo Bruce Dickinson, que saiu em 1993 dando seu lugar para Bayley, e que depois retornou em 1999 permanecendo até os dias atuais.

Outra pequena oportunidade de melhoria seria a menção do país de produção dos filmes analisados, logo na pequena ficha que inicia as resenhas. Além do fato de que algumas delas caíram na armadilha de citar datas futuras para eventuais lançamentos ou informações similares, e que já se tornaram passado no lançamento do livro. Sabemos que impedir que um texto torne-se datado é uma tarefa difícil, e talvez não registrar datas seja a solução.

Entretanto, independente dessas pequenas observações, o livro é uma referência de valor inestimável para qualquer tipo de pesquisa, estudo e catalogação sobre a origem, história e participação dos palhaços na cultura pop, em especial o cinema. Agregando imenso valor ao tema e ajudando a evidenciar a alta qualidade do conteúdo do portal de Horror “Boca do Inferno”, responsável pelo projeto, em parceria com a “Editora Évora”.

Que sejam bem-vindos mais títulos similares abordando outras fobias igualmente interessantes.

 

Medo de Palhaço” (2016)
Organizado por Marcelo Milici, com textos diversos e resenhas de Filipe Falcão, Gabriel Paixão, Matheus Ferraz, Rodrigo Ramos e Marcelo Milici (equipe do site de Horror “Boca do Inferno” – www.bocadoinferno.com.br) 
Editora Évora (São Paulo/SP)
Formato: 210 x 280 mm
270 páginas
 

Publicações anteriores:

www.infernoticias.blogspot.com.br, postado em 28/07/17 (https://infernoticias.blogspot.com/2017/07/resenha-do-livro-medo-de-palhaco-site.html).

www.almanaqueafb.blogspot.com.br, postado em 28/07/17 (https://almanaqueafb.blogspot.com/2017/07/medo-de-palhaco-2016.html).

Juvenatrix # 188, postado em Agosto 2017.

 

3 CORTES

 

Por Renato Rosatti

“Violência, sadismo e carnificina em dose tripla, o mais extremo projeto do cinema brasileiro”

O selo paulista “Mutilation Records”, especializado no lançamento de CDs de bandas de metal extremo brasileiras (como “Ancestral Malediction”, “Bestial”, “EvilWar”, “Mental Horror” e “Vomepotro”), e estrangeiras (os alemães do “Desaster”, entre outros), também abriu espaço para a distribuição de filmes nacionais independentes de horror. Sendo assim, em Janeiro de 2006 foi lançado o DVD “3 Cortes”, trazendo três curtas metragens de horror gore: “Sozinho”, de André ZP (“Cromossomo3 Filmes”, 2003), “Coleção de Humanos Mortos”, de Fernando Rick (“Black Vomit Filmes”, 2005), e “06 Tiros, 60 ml”, de André Kapel Furman (“Cinema de Trincheira”, 2005). Além dos três filmes sangrentos, todos disponíveis com legendas em inglês visando uma divulgação internacional, o DVD ainda traz interessantes materiais extras como trailers, documentários de “making of” e outros vídeos.

Sozinho

Sinopse: Um homem solitário (José Salles) conhece uma bela mulher (Mara Vanessa Prieto) numa loja de CDs e numa noite de solidão, ele decide marcar um encontro na casa dela, não imaginando o pesadelo que o aguardava.

Comentários: “Sozinho” é uma produção de 2003 da ex-“Quizumba Filmes”, atual “Cromossomo3 Filmes”, com direção e roteiro de André ZP. São apenas treze minutos de uma história perturbadora de horror explorando com maestria a solidão, e apresentando elementos interessantes como o fetiche sexual por pés femininos e a opressora violência urbana. Na minha opinião é o melhor curta da coletânea, onde destaco a excelente interpretação do ator José Salles (grande artista da cena underground, escritor, videomaker, fanzineiro e historiador de quadrinhos e cinema), muito convincente ao dar vida para um personagem angustiado com a solidão, que quase não fala e que consegue transmitir um incrível sentimento depressivo apenas com suas expressões faciais. Outro destaque também é a bela atriz Mara Vanessa Prieto (e seu lindo pezinho assassino), sem contar o excepcional e memorável trabalho na concepção dos efeitos especiais (de André Kapel Furman e Fernando Rick) que culminaram numa cena ultra violenta de esquartejamento, muito realista e impressionante. A trilha sonora, emprestada da banda de rock paulistana “Hurtmold”, também se encaixou perfeitamente no clima depressivo do protagonista. Essa versão do DVD (considerada como “versão do diretor”) é levemente diferente da anterior distribuída dois anos antes em VHS (e que tem a minha preferência). Como extra, temos um trailer de um minuto, um videoclip de três minutos dirigido por André ZP, da música “Eu Não Bato Palmas”, da banda de metal “Name It Yourself”, sendo uma crítica super legal e violenta ao “falso metal”, e um documentário de “making of”, com depoimentos da equipe de produção, e que infelizmente não estava disponível na minha cópia do DVD, pois um erro no menu animado mostrava novamente o filme “Sozinho”, a partir da metade da projeção, em vez de aparecer o documentário. Porém, para minha sorte, já conhecia o “making of” da fita VHS. Avaliação: 10 (de 0 a 10)

Coleção de Humanos Mortos

Eu sempre tive o desejo de fazer as pessoas sentirem dor e que elas me fizessem sentir dor. Sempre pareci gostar de tudo que dói. O desejo de infligir dor. Isto é que é o máximo.

– Albert Fish, famoso serial killer conhecido como “O Vampiro do Brooklyn”

Sinopse: Um assassino violento (Ulisses Granados) coleciona humanos mortos numa “sala de tortura”, no sotão de sua casa, onde primeiro se diverte infligindo dor às suas vítimas, entre elas uma bela mulher (Tiara Curi), raptada de sua casa. O psicopata é influenciado a cometer os bárbaros crimes seguindo orientações malignas das personificações do ódio (Luis Sorrentino), da loucura (Fábio Castro) e do prazer (Marina Anlop).

Comentários: A história é bem simples e direta, mostrando em vinte minutos as crueldades de um assassino ao torturar suas vítimas e o prazer mórbido e insano de fazê-las sentir dor. Destaco a convincente interpretação do ódio, sempre incitando o psicopata para a violência, e também a atuação do louco na camisa de força, sempre fazendo comentários dementes e rindo de forma perturbadora, incomodando o espectador. Outro destaque digno de nota é o excelente trabalho com os efeitos especiais sangrentos, a cargo de André Kapel Furman, que consegue com poucos recursos e muita criatividade, descarregar um banho de sangue na tela. “Coleção de Humanos Mortos” é um autêntico exemplo do cinema nacional de horror extremo e cujo trabalho e dificuldades enfrentadas merecem nossa admiração. Curiosamente, uma das vítimas do maníaco está assistindo o vídeo “Sozinho” na televisão momentos antes de sentir a dor corroer sua carne. Como material extra, temos um trailer de 45 segundos, e um “making of” de vinte minutos de duração, com comentários de bastidores do diretor Fernando Rick, e de técnicos da equipe de produção como André ZP (som) e André Kapel Furman, além do ator Luis Sorrentino. Avaliação: 7,5 (de 0 a 10)

06 Tiros, 60 ml

Sinopse: Um perigoso traficante de drogas (Fernando Pavão) é morto por overdose. O cadáver está num hospital à espera de uma autópsia, e misteriosamente retorna à vida, iniciando um massacre entre os funcionários, entre eles uma bela enfermeira (Thais Simi), culminando com um confronto sangrento com um outro traficante (Nicolas Trevijano) de uma facção rival.

Comentários: Conforme informado na contra capa do DVD, esse é o quarto curta realizado pelo manifesto “Cinema de Trincheira”, de André Kapel Furman. O filme tem dezesseis minutos e parece mesmo uma mistura de “Desejo de Matar” com “Re-animator” (definição dada por um jornal que resenhou o filme). O maior destaque, a exemplo dos outros dois curtas do DVD, é o excelente trabalho com os efeitos especiais, mostrando mortos vivos sangrentos e corpos abatidos friamente por disparos de revólver. Tem até uma perigosa e convincente cena como um homem em chamas... De material extra, além de um trailer de um minuto e meio de duração, temos a exibição de outros dois curtas do mesmo diretor: “Don´t Smoke”, de três minutos e meio, com Thais Simi e Marcio Brodt, e mostrando o quanto perigoso pode ser o cigarro para os olhos,  e “Hotel”, com doze minutos, uma história pessimista sobre zumbis. Para completar os extras, ainda temos um “making of” de treze minutos, com informações interessantes sobre o processo de filmagem de várias cenas e depoimentos dos envolvidos no projeto. Avaliação: 7 (de 0 a 10)

 

O preço do DVD é apenas R$ 20,00 e pode ser comprado pela internet ou diretamente na loja da “Mutilation Records”, que fica na Galeria do Rock, no Centro de São Paulo: Rua 24 de Maio 62, segundo andar, loja 370 – CEP 01041-000 – telefone (11) 3222-8253 – site: www.mutilationrecords.com.br / e-mail: info@mutilationrecords.com.br

“O cinema independente nacional em vermelho!”

 

3 Cortes” – coletânea de curtas metragens nacionais de horror gore. 
Sozinho” (Cromossomo3, 2003)
Coleção de Humanos Mortos” (Black Vomit, 2005)
06 Tiros, 60 ml” (Cinema de Trincheira, 2005)

 

Publicações anteriores:

Resenha # 363 – data: 17/01/06

site: www.bocadoinferno.com.br

blog: www.juvenatrix.blogspot.com, postado em 17/01/06 (https://juvenatrix.blogspot.com/2006/01/3-cortes-dvd-com-3-curtas-nacionais-de.html).